Sócrates: há "boas razões para ter confiança"

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O primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu hoje existirem "boas razões para ter confiança na economia portuguesa e no país", apesar do actual momento das economias mundial e nacional.

No final de uma visita às obras de conversão da refinaria de Sines, o "maior projecto industrial português" em curso, avaliado em 1300 milhões de euros, o chefe de Governo apresentou "três factos" para sustentar a sua confiança.

"Portugal foi um dos primeiros países a sair da condição de recessão técnica depois da eclosão da crise mundial; foi também um dos países que melhor resistiu à crise em toda a Europa; e finalmente Portugal teve este trimestre o maior crescimento da Europa", enfatizou.

"Isto são factos, não são opiniões nem pontos de vista", observou, salientando: "Portugal teve um comportamento que lhe permitiu ser dos primeiros a sair da recessão, que permitiu apresentar-se como um dos países que melhor resistiu à crise e que mais cresceu economicamente em 2010".

Após a visita ao estaleiro da obra do maior projecto industrial em curso no país, onde em Setembro estarão em operações mais de cinco mil trabalhadores, José Sócrates deu este como um bom exemplo de um investimento que acrescenta valor à economia pelo contributo que dará para o "aumento de exportações e redução de importações".

"É disto que o país precisa: de investimento, de emprego, de oportunidades de negócio, mas principalmente de projectos industriais que reduzam as importações e aumentem as exportações do país (...) É assim que se responde ao nosso défice externo, reduzir as importações, aumentar as exportações", salientou.

O mega-projeto da Galp Energia tem além disso o simbolismo de ter sido lançado "em 2008, exactamente quando começou a maior crise económica e financeira da história recente".

"E a Galp resistiu e continuou o seu investimento, não desfaleceu (...) Aqui está o exemplo de uma empresa que, não tendo desistido, apostou em Portugal. Este investimento significa isso mesmo: aposta em Portugal e confiança na economia portuguesa. Confiança de quem decidiu não adiar o projecto, mas continuá-lo", apontou.

Na ocasião, o primeiro ministro manifestou ainda o seu empenho em prosseguir os investimentos públicos em Sines, uma zona que "precisa de estar bem ligada aos mercados internacionais" e precisa por isso de infra-estruturas para ligar melhor o porto local de forma a torná-lo mais competitivo.

"Olhamos para Sines como um dos principais portos nacionais e a importância que os portos têm no sistema logístico é absolutamente decisiva", observou.

Antes, o ministro da Economia, Vieira da Silva, tinha já salientado a ampliação da refinaria de Sines como "um dos projectos mais notáveis da resposta que o país está a construir para ultrapassar um dos seus maiores desafios estratégicos" - o seu "desequilíbrio externo" -, no qual a factura energética tem "enorme importância".

Quando estiver a operar em pleno (juntamente com a refinaria de Matosinhos), o projecto dará um contributo para "reduzir a dependência externa" do país, juntamente com o investimento no domínio das energias renováveis e da eficiência energética.

"É em alturas difíceis, do ponto de vista do enquadramento externo e financeiro, que não podemos desistir do investimento modernizador e de acreditar em Portugal", salientou.

Sobre a dimensão e importância do projecto falou o presidente da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira, que apontou a circunstância de esta unidade permitir reduzir entre 7,5 e 10 por cento do saldo negativo comercial do país no domínio da energia (Portugal importou no ano passado 6,4 mil milhões de euros de produtos energéticos (crude, gás natural e carvão) e exportou 1,4 mil milhões de euros).

No total, o investimento "ultrapassa os 1800 milhões de euros" (com a construção de duas unidades de co-geração e nos projectos em curso dentro da refinaria), constituindo "o maior investimento jamais feito na história do país".

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